Não percebo o porquê a especificidade do rótulo de advertência no vinho quando é, provavelmente, dentro das bebidas alcoólicas a que menos mal faz à saúde e até benefícios, potencialmente, tem em modestas quantidades.
Porque é que não se põe tais rótulos nas bebidas destiladas que são muito mais prejudiciais à saúde?
Será porque esses rabetôncios do gin e os snóbes do whiskey não querem a suas estéticas garrafas larilóides conspurcadas por inestéticos rótulos?
Será porque a vodka, ainda vendida ao preço da uva mijona nos países de leste, que ainda serve de ópio opressor das camadas sociais mais baixas, é de facto benéfica à saúde, segundo o que os mais recentes estudos indicam?
Até a cerveja é também potencialmente mais danificadora ao organismo humano derivado à sua carbonização que o vinho.
Mas a cerveja é feita de cereais e o vinho de uvas, e nem todos produzem uvas de qualidade para fazerem bom vinho.
E aqui se começa a entrar no cerne da questão que, como quase sempre neste nosso mundo moderno, é de base económica.
O vinho tem-se tornado, cada vez mais, um bem apreciado não só pela Europa como pelo Mundo fora. Consequentemente, tem valorizado e enriquecido os países seus produtores.
Ora, os países celeiros da Europa incapazes de produzir internamente este produto olham com inveja ao que o fazem.
Com o seu olhar mesquinho observam então a redução de consumo que o tabaco teve ao colocarem um rótulo de advertência. Reparam também que puderam subir o seu imposto em particular.
E que ambicionam ao tomarem medidas semelhantes perante o vinho?
(1) Tornar o produto do vinho menos apelativo face aos outros produtos competidores que são produzidos internamente.Reduzem, por conseguinte, o consumo do vinho, baixando assim as importações do produto;
(2) Os produtores de vinho, para contrabalançarem a redução de consumo, baixarão o valor do produto;